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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Literatura - Literariedade

O que é?
A concepção de Literariedade surgiu da vontade de definir a linguagem literária como autónoma, com funções distintas das iminentes ao Texto Não Literário. Surgiu ainda com o intuito da literatura se afirmar como ciência, pois até ao século XIX, as artes não eram consideradas ciências. O formalismo russo procurou, assim, determinar as propriedades exclusivas do Texto Literário, como resposta a esta necessidade de comprovar a autonomia estético-discursiva e a funcionalidade própria do Texto Literário. Paralelamente à teoria de Jakobson, que indica os fatores formais como sinais da particularidade da linguagem literária, vão aparecer outras teorias, tal como a de Tynianov, que nomeia condições externas ao texto, de origem histórica e social, isto é, o contexto, como fontes importantes na explicação da linguagem literária. Pode depreender-se então, que o Texto Literário tem um conjunto de características específicas que o distinguem do Texto Não Literário, a Literariedade, características essas que dependem da estrutura formal e do contexto, e que condensam numa transformação do real.
Na literariedade, podemos verificar objetivamente a existência de propriedades ou características que, quando presentes em uma obra qualquer, permitem-nos não só classificá-la como literária, como também inscrevê-la em um estilo de época. A "literariedade" seria aquela propriedade, caracteristicamente "universal" do literário, que se manifestaria no "particular", em cada obra literária. Mas é bom lembrar que, em vez de imaginar que a "literariedade" é um universal que se manifesta no particular, podemos também supor o contrário: a "literariedade" seria um particular que se pretende universal. Nesta perspectiva, "literariedade" seria um rótulo que receberiam os critérios socialmente estabelecidos para se considerar uma obra como pertencente à literatura. Assim, o pesquisador selecionaria, dentre todas as obras de natureza verbal, aquelas que possuíssem a tal "literariedade", para formar a lista das obras reconhecidas como literárias.
O foco está no uso da palavra, da forma de expressão. A forma discursiva é rica na expressão, o que se pretende mencionar vai ter um discurso atraente e muito original - as palavras vão ser escolhidas propositalmente para dar um sentido de recriação da realidade. Quando há literariedade o plano de conteúdo é expresso de forma literária, isto é, numa linguagem literária.
Texto literário

- Enfatiza a função poética. Enfatiza a mensagem. Ele pode ter um caráter ficcional mas necessariamente ele não tem que ser ficcional.
- O texto literário possui linguagem conotativa, figurada. Tem função poética. Há todo um trabalho de reconstrução da linguagem para enfatizar a mensagem.
- Características: uso de repetição sonora, palavra e estrutura sintáticas.


Texto não literário
* Enfatiza o conteúdo
* Linguagem predominante é denotativa. Sem função referencial. Volta-se para o contexto, para o assunto, visando a informação (função utilitária).

Os jovens e a leitura
Na sociedade atual, o incentivo à leitura é precário. Os jovens de hoje desprezam o ato de ler sob uma ótica estereotipada em que o corpo e a moda são mais importantes do que o conhecimento contido em um livro ou a visão crítica do mundo que adquiriram através da leitura de jornais. Com o incessante avanço da tecnologia, obras literárias de autores consagrados tornam-se produções cinematográficas com apenas alguns milhões, fazendo com que os livros cedam seu lugar, definitivamente, ao comodismo da poltrona confortável do cinema. 

Gerações de décadas passadas eram sedentas por leitura, contudo, apesar do interesse, muitas delas não possuíam condições financeiras de adquirirem conhecimento através dos livros. Antigamente, tinha-se mais filhos, poucos estudavam devido ao fato de que todos deveriam trabalhar para assegurar o sustento da família. O que ocorre com a geração atual é justamente o contrário: os jovens de hoje concentram grande poder financeiro em suas carteiras, porém, usufruem deste privilégio consumindo somente aquilo que está na moda. Adquirem roupas de marcas e celulares com funções “multi-supérfluas” em vez de investirem em sua cultura de “multi-conhecimento”. Ignoram as boas obras literárias, considerando-as “ultrapassadas”. Frequentam academias em busca do corpo que não lhes pertence, ao invés de visitarem uma biblioteca e exercitar seus neurônios. Nada mais justo do que fazer seu cérebro “puxar ferro” também. Outro fator que contribui consideravelmente para o declínio do hábito da leitura é o contínuo desenvolvimento tecnológico. Inúmeros livros consagrados dão lugar às telas de cinema para alcançarem maior prestígio. Grande parte das pessoas opta por assistir a produção cinematográfica devido a esta ser assimilada mais facilmente e custar mais barato que a obra original. Entretanto, se o filme o agrada, nada mais saudável do que adquirir a obra literária original para adentrar de vez na história, afinal, as produções cinematográficas resumem consideravelmente a obra na qual se basearam. Outro argumento utilizado por estas mesmas pessoas é a falta de tempo para ler uma obra literária na íntegra. Contudo, elas entram em contradição: a duração média de um filme hollywoodiano é de duas horas. Agora proponho: que atire a primeira pedra quem não tem duas horas livres para ler Eça de Queiroz ou Machado de Assis. Ora, desligue a televisão, o rádio, deixe a balada para a semana que vem e vá ler um livro. É de extrema importância enfatizar que a arte da leitura é fundamental para o conhecimento. A leitura de um simples jornal diário nos faz questionar sobre o que acontece ao nosso redor, tornando-nos cidadãos mais críticos e conscientes. A literatura universal é extremamente capaz no que diz respeito ao ensino de lições através de suas palavras e frases, que podem ser transmitidas às gerações futuras. Ler uma obra agradável é a alavanca para mergulhar de cabeça no incrível mundo dos livros.
Compreensão dos sentimentos humanos
Hoje em dia, entre os jovens principalmente há muita dificuldade para expressar seus sentimentos, e diferenciar o gostar do amar, dizer eu te amo nos dias atuais é como dizer “OI” todo mundo fala pra todo mundo, mais a palavra amor não tem sentido algum quando não há sentimento, e qual seria esse sentimento? A compreensão, porque para amar efetivamente é necessário o conhecimento de si mesmo e a compreensão dos caminhos da vida. Reconhecer-se nos da a possibilidade de mostrar a sensibilidade que o ser humano tem perante o mundo que o rodeia.
Com esse sentimento nasce o amor puro, verdadeiro, nasce o sentimento que nada exige mais se doa completamente. Esse amor compreende tudo e todos e não nega a possibilidade que os humanos têm de se evoluir.
A literatura inspira, abre a mente e isso nos proporciona mais facilidade de compreensão, não só do amor, mais de outros sentimentos como o sentimento de dor, de revolta, de carência e etc. Ler, nos dar condições de termos uma mente mais aberta e evoluída, e é isso que a sociedade precisa, precisa se encontrar, se conhecer, e nos livros, poesias e poemas, encontramos a base o alicerce para um entendimento melhor. 
Literatura e História
No capítulo 9 da Poética, Aristóteles apresenta a célebre distinção entre poesia e história. Conforme os argumentos do filósofo, a poesia imita o universal; a história, o particular. Entende-se daí que ao poeta devem interessar não os fatos em si, mas a estrutura deles; ao historiador, interessam os fatos em sua singularidade. 

O historiador copia o que aconteceu; o poeta, o que poderia ter acontecido. Por isso, o primeiro incorpora em sua imitação um simulacro da realidade empírica, que encena falta de ordem nos eventos, de modo a gerar impressão de particularidade, isto é, de ausência de padrão preestabelecido.
Por obedecer ao mesmo critério de coerência com o gênero adotado, o poeta opera com a lógica das probabilidades da fabulação, particularizando em sua história as leis gerais da narrativa. Logo, o poeta mimetiza a poesia, a arte ou fatos hipotéticos inventados pela tradição imaginosa da cultura; o historiador mimetiza imagens da vida propriamente dita, em que não se observa a mesma unidade dos eventos de um poema. 

Ao reduplicar as regras de produção da narrativa, o poeta aristotélico prefigura, entre outros, o princípio da unidade de ação, porque depende dele o efeito de que o discurso que compõe é poesia (imagens da arte); ao passo que o historiador visa ao episódio sem unidade, porque dele resulta a sensação de que o discurso produzido é história (imagens da vida), e não poesia.

Conclui-se que os historiadores se importam apenas com os fatos, já os poetas tentam imaginar o que os envolvidos nesses fatos sentiram procuram entender quais foram suas emoções, frustrações, anseios e etc.


Alunas: Giuliany Beatriz / Laysa Gama

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